Por
Clever Jatobá
Acabo de assistir a um dos
maiores espetáculos que meus olhos e ouvidos já tiveram o privilégio de
apreciar. Trata-se do DVD do espetáculo do AUTO DA CATINGUEIRA. Uma Ópera mais do que
brasileira, genuinamente nordestina, nascida na caatinga baiana, que integra a
obra musical de um dos ícones da erudição da caatinga nordestina, o Cantador
ELOMAR FIGUEIRA DE MELO.
Sei que muitos de nós,
brasileiros, não temos o hábito de ouvir Ópera e, portanto, quando convidados a
apreciá-la, normalmente nos esquivamos, por achar que seria alguma coisa chata
que nos entediaria (sic). Enxergo esta rejeição como algo natural. Não por fazer
sentido, mas, sim, por conta de compreender que tudo que não conhecemos, nos pode
ser atrativo, ou pode nos impor uma natural rejeição fundada no
desconhecimento, ou seja, na nossa ignorância.
Isso mesmo, falo “ignorância”
no sentido próprio da palavra, qual nos direciona ao fato de desconhecermos
algo, ou seja, ignorarmos a sua existência. Pois é, o desconhecido às vezes
nos assusta e, por via de consequência, nos distancia da liberdade de conhecer
algo novo por conta do preconceito, ou comodidade que a ignorância nos concebe.
Ópera, em
italiano, significa trabalho, em
latim, é o plural de "opus", que, por sua vez, significa uma obra. No contexto da música erudita, a
ópera, mais que um gênero musical, é um gênero artístico teatral que nos
apresenta um drama encenado e acompanhado pela música. Em outras palavras, é um
espetáculo que congrega a representação teatral à música instrumental.