Violão do Luthier Edson Valêncio:
Greg Smallman fazendo escola de Luteria Moderna
Por: Clever Jatobá¹Antônio de Torres Jurado |
Apesar de algumas adaptações, desde então os violões por todo o mundo passaram a ser confeccionado utilizando a estrutura tradicional dos violões clássicos de Torres.
Ao bem da verdade, muitos luthiers surgiram produzindo instrumentos maravilhosos, porém, a essência continuava nos modelos tradicionais.
Alguns luthiers buscaram inovar no leque harmônico, ou até no tampo dos violões, porém as mudanças não tomaram grande projeção no universo da luteria mundial, até que o luthier australiano, Greg Smallman repaginou a confecção do violão modificando por completo sua estrutura interna e a forma de construção, dando novas perspectivas ao violão moderno.
Ao bem da verdade, muitos luthiers surgiram produzindo instrumentos maravilhosos, porém, a essência continuava nos modelos tradicionais.
Greg Smallman |
Adquirir um violão Greg Smallman daqui do Brasil é algo difícil e inviável, não apenas pela dificuldade de acesso e contato com este luthier, como também em face da realidade econômica brasileira de absurda submissão cambial diante da moeda estrangeira (dólar e euro), que faz com que o custo destes violões seja algo absurdo.
A maioria dos luthiers brasileiros utilizam as técnicas clássicas próprias dos violões Torres ou Hauser, são pouquíssimos luthiers nacionais que conhecem e utilizam as técnica do Smallman. No universo da luteria brasileira, o luthier que se destaca com a utilização das técnicas do Smallman e o paulista Edson Valêncio, que constrói os instrumentos por encomenda.
Assim, decidi encomendar um violão Smallman Type com o Edson Valêncio, qual o confeccionou num prazo de aproximadamente 40 dias no período de novembro a dezembro de 2015, enviando o mesmo em Janeiro de 2016.
O violão foi confeccionado com braço ajustável (adjustable neck)em cedro com escala em ébano africano; cavalete em jacarandá e arm rest em ébano africano; tampo em cedro canadense; corpo de fundo curvo (curved back) e laterais mais largas, com o sistema cold molded, em Ocotea x epóxi; com estrutura interna do tampo de treliças internas e fibra de carbono (lattice bracing) e barras fixas de apoio ao tampo.
A estrutura interna seguiu o padrão Smallman com a estrutura própria de reforço do tampo em substituição às barras de sustentação do fundo qual, a propósito é meio abaulado.
O violão é super bem acabado e muito bonito. Como esperado - em face da sua estrutura interna - o violão é mais pesado que os tradicionais, mas nada que seja incômodo.
O Arm rest para apoio do braço permite maior conforto e tocabilidade, bem como preserva a melhor vibração do tampo, já que o braço direito não será apoiado no tampo abafando sua vibração.
Acompanhei em alguns fóruns de violão os debates entre vários músicos e luthiers sobre violões diversos e sobre o modelo Smallman, onde todos falam sobre a projeção e volume do som destes modelos, assim, despertou minha curiosidade e me fez buscar adquirir e conhecer o violão.
No que tange à sonoridade, o mesmo tem um som meio metálico, mas bem definido, tendendo pro médio e agudo, mas sem perder os graves, que apesar de não serem destacados, haja vista sua característica peculiar é a sonoridade metálica e aguda que tem uma boa definição e brilho.
No que tange ao volume e projeção do som, o mesmo está longe de ter a grande projeção sonora de um Greg Smallman, porém, por ser um violão novo o som ainda não chegou ao ponto, precisa maturar com o passar do tempo. Talvez se o mesmo fosse confeccionado em Jacarandá da Bahia o volume da sua sonoridade fosse maior.
Bem, quem conhece instrumento musical sabe que as madeiras demoram um tempo para maturar a sonoridade do instrumento, pois precisam se ajustar ao corpo do instrumento e adequar-se à vibração diante da sua utilização, bem como amoldasse ao clima local, fatores que invariavelmente interferem na sonoridade do violão. Pois bem, assim, com o tempo é que o som irá abrindo até chegar no ponto.
O que me chamou a atenção foi o fato do braço não ser colado no tampo e na lateral como tradicionalmente, pois nestes modelos o braço é montado e afixado de forma que permite sua regulagem de acordo com o gosto do músico.
Bem, esteticamente é um excelente violão. Acabamento impecável. A tocabilidade também é excelente. Agora, basta aguardar a sonoridade chegar ao ponto.
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¹ Clever Jatobá foi músico e cantor profissional, violonista formado em Música pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), proprietário de uma infinita e diversificada coleção de CDS, de LPs, K7, DVDs, além de colecionador de instrumentos musicais e estudioso sobre a arte da luteria de violões.
A maioria dos luthiers brasileiros utilizam as técnicas clássicas próprias dos violões Torres ou Hauser, são pouquíssimos luthiers nacionais que conhecem e utilizam as técnica do Smallman. No universo da luteria brasileira, o luthier que se destaca com a utilização das técnicas do Smallman e o paulista Edson Valêncio, que constrói os instrumentos por encomenda.
Assim, decidi encomendar um violão Smallman Type com o Edson Valêncio, qual o confeccionou num prazo de aproximadamente 40 dias no período de novembro a dezembro de 2015, enviando o mesmo em Janeiro de 2016.
O violão foi confeccionado com braço ajustável (adjustable neck)em cedro com escala em ébano africano; cavalete em jacarandá e arm rest em ébano africano; tampo em cedro canadense; corpo de fundo curvo (curved back) e laterais mais largas, com o sistema cold molded, em Ocotea x epóxi; com estrutura interna do tampo de treliças internas e fibra de carbono (lattice bracing) e barras fixas de apoio ao tampo.
A estrutura interna seguiu o padrão Smallman com a estrutura própria de reforço do tampo em substituição às barras de sustentação do fundo qual, a propósito é meio abaulado.
O violão é super bem acabado e muito bonito. Como esperado - em face da sua estrutura interna - o violão é mais pesado que os tradicionais, mas nada que seja incômodo.
O Arm rest para apoio do braço permite maior conforto e tocabilidade, bem como preserva a melhor vibração do tampo, já que o braço direito não será apoiado no tampo abafando sua vibração.
Acompanhei em alguns fóruns de violão os debates entre vários músicos e luthiers sobre violões diversos e sobre o modelo Smallman, onde todos falam sobre a projeção e volume do som destes modelos, assim, despertou minha curiosidade e me fez buscar adquirir e conhecer o violão.
No que tange à sonoridade, o mesmo tem um som meio metálico, mas bem definido, tendendo pro médio e agudo, mas sem perder os graves, que apesar de não serem destacados, haja vista sua característica peculiar é a sonoridade metálica e aguda que tem uma boa definição e brilho.
No que tange ao volume e projeção do som, o mesmo está longe de ter a grande projeção sonora de um Greg Smallman, porém, por ser um violão novo o som ainda não chegou ao ponto, precisa maturar com o passar do tempo. Talvez se o mesmo fosse confeccionado em Jacarandá da Bahia o volume da sua sonoridade fosse maior.
Bem, quem conhece instrumento musical sabe que as madeiras demoram um tempo para maturar a sonoridade do instrumento, pois precisam se ajustar ao corpo do instrumento e adequar-se à vibração diante da sua utilização, bem como amoldasse ao clima local, fatores que invariavelmente interferem na sonoridade do violão. Pois bem, assim, com o tempo é que o som irá abrindo até chegar no ponto.
O que me chamou a atenção foi o fato do braço não ser colado no tampo e na lateral como tradicionalmente, pois nestes modelos o braço é montado e afixado de forma que permite sua regulagem de acordo com o gosto do músico.
Bem, esteticamente é um excelente violão. Acabamento impecável. A tocabilidade também é excelente. Agora, basta aguardar a sonoridade chegar ao ponto.
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¹ Clever Jatobá foi músico e cantor profissional, violonista formado em Música pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), proprietário de uma infinita e diversificada coleção de CDS, de LPs, K7, DVDs, além de colecionador de instrumentos musicais e estudioso sobre a arte da luteria de violões.
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